Vinte e um de março é o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial e os pais desempenham um papel essencial na criação de uma sociedade antirracista.
De acordo com o dicionário, racismo é:
– conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças, entre as etnias.
– doutrina ou sistema político fundado sobre o direito de uma raça (considerada pura e superior) de dominar outras.
Portanto, como devo falar sobre racismo com o meu filho e contribuir para um mundo melhor?
Falando sobre racismo com meu filho:
A ONU concluiu em uma pesquisa realizada em 2014, que o racismo no Brasil é “estrutural e institucionalizado” e “permeia em todas as áreas da vida”. Ou seja, que é um elemento formador do estado e da sociedade brasileira.
É importante ressaltar que racismo não é uma pauta apenas para as pessoas negras. E é aí que entra a participação de todos os pais e a conscientização das famílias do Brasil, para quebrar com a estrutura racista da qual estamos inseridos.
– Seja o exemplo
Já falamos diversas vezes aqui no blog como as suas atitudes impactam diretamente no desenvolvimento da criança. É por meio do que ela vê e escuta que começa a formar os seus valores internos. É dentro de casa que a criança aprende o que pode e o que não pode, e muito disso é vendo o que os pais fazem.
Para começar:
– Esteja disposta a se inteirar sobre questões raciais:
Sabemos que o racismo, assim como o machismo, faz parte da cultura de nossa sociedade. Portanto, faça uma autoanálise e descubra como você tem contribuído ou como pode contribuir com o antirracismo? Esteja disposta a deixar de falar palavras de cunho racistas, por exemplo.
Para passar informação ao pequeno, você precisa estar segura e ciente sobre o conteúdo. Portanto esteja confortável para aprender sobre a pauta do racismo.
– Saiba ouvir
Se alguém disser que determinada ação ou palavra é racista, preste atenção. Não chame de “mimimi” ou diminua a dor do outro, apenas por achar que está certa. Pesquise e se informe. Esteja aberta a novas informações. Tem um artigo que fala mais sobre isso, entenda clicando aqui.
– Inclua
Mostre ao seu filho filmes, livros e músicas com protagonistas negros. Também providencie bonecos negros para a coleção da criança.
– O filme “Homem-Aranha: No aranhaverso”, vencedor do Óscar como melhor Filme de Animação, tem um jovem negro como protagonista. Assista o trailer clicando aqui.
– “Menina bonita do laço de fita” é um livro com uma protagonista negra. Nesse link você encontra mais livros com personagens negros.
– Participe de eventos e atividades afroculturais.
Portanto, pesquise e se informe de que maneira você pode tornar a vida de seu filho mais inclusiva.
– Dialogue
É importante conversar com a criança sobre questões raciais. É claro que existem certas temáticas das quais a criança ainda não vai entender, mas ela reproduz o racismo que ela vê. Portanto, converse sempre! Explique que as diferenças devem ser respeitadas.
– Meu filho sofre racismo
Racismo é crime! Se o seu filho sofre racismo denuncie imediatamente.
De acordo com o Governo do Brasil “existem muitas formas de denunciar. É possível prestar queixa nas delegacias comuns e especializadas em crimes raciais, presentes em algumas capitais –em São Paulo, por exemplo, há a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. Algumas unidades da federação também contam com disque-denúncias específicos para o crime de racismo, como o disque 124, no Distrito Federal. No caso de atos de racismo ocorridos em sites de Internet ou redes sociais, é possível comunicar as autoridades diretamente pela rede.”
Participe ativamente das reuniões de classe de seu filho. Entenda o que está acontecendo na escola. Já falamos aqui sobre prática de bullying – quando o meu filho pratica e quando o meu filho sofre. A escola pode fornecer ferramentas e conteúdo relevantes para esse assunto.
A principal arma contra o racismo é o diálogo e a compreensão. Estar aberta para novas informações e conceitos para passar isso de maneira clara e objetiva é essencial. De preferência, participe de fóruns, ouça mulheres e mães negras para que possa entender as especificidades que elas carregam, pois a empatia é fundamental nessa situação.