A criança por volta dos dois anos, que até então aceitava tudo passivamente, de repente tem vontade própria e, se ouve um não, faz birra. Essa fase, que é conhecida como “adolescência dos bebês” é muito comum e, às vezes, constrangedora.
Esse período, por mais difícil que seja, é crucial no desenvolvimento do pequeno, principalmente voltado para a forma como ele lidará no futuro com os seus sentimentos e, principalmente, com a frustração. Além disso, existem formas inteligentes para os pais lidarem com esse momento que requer muita paciência.
A birra dos dois anos
Nessa fase dos dois anos, os pais precisam lidar com as birras com muita empatia. Isso porque a criança está se descobrindo como ser humano individual, não mais ligado diretamente com a mãe. Dessa forma, ela já entende o que quer e começa a se posicionar. Porém, as áreas de autorregulação do cérebro ainda não se desenvolveram totalmente e, por isso, a criança ainda é incapaz de controlar suas emoções e de colocar em palavras os seus sentimentos.
– Pedido de ajuda
Por não conseguir expressar o que está sentindo, a criança acaba fazendo birra, gritando, batendo, etc. Por mais que essas atitudes possam nos tirar do sério, é importante que tenhamos empatia com o pequeno. Isso pode ser um pedido de ajuda. Portanto, saiba como falar. Abaixe-se na altura da criança, converse com ela sem aumentar o tom de voz, mantenha contato visual e consiga a atenção dela. Mudar o foco pode ajudar, mas é importante que a criança saiba lidar com o sentimento.
– Entenda
Tente entender o que a criança está sentindo para propor uma forma diferente de agir. Isso tudo vai acontecer com base no diálogo de maneira tranquila. Pergunte o que aconteceu, o que ela está sentindo, por que ela está gritando ou por que bateu, por exemplo.
É importante dar uma alternativa, como por exemplo: você ficou muito brava quando a mamãe desligou a TV e acabou me batendo. Vamos pensar em outra forma de agir?
– Castigo
Dependendo da situação o castigo não é a solução. Isso porque a criança não compreende o sentimento e vai ficar ainda mais confusa com a reclusão, por exemplo. Converse e tente entender.
É importante entender que a birra não é, necessariamente, uma afronta ou uma forma proposital de humilhação que o seu filho deseja provocar. Nós somos os adultos e plenamente capazes em relação ao controle de nossas atitudes e sentimentos. Por isso, somos nós que devemos controlar a situação.
Mesmo que seja constrangedor o momento de birra em público, não ligue para comentário alheios. Foque a atenção em seu filho e tente agir com paciência e cautela. Dependendo do nível das birras, pode ser relevante procurar um profissional, como um psicólogo, por exemplo. Mas lembre-se que nessa fase, essas explosões são comuns e devem ser aproveitadas para trabalhar o desenvolvimento emocional do pequeno.