O que é violência obstétrica

Violência obstétrica é um assunto novo, mas que acontece há muito tempo, colocando a obstetrícia como a área médica com maior número de infrações mundialmente, de acordo com o Ministério Público de São Paulo.

A violência obstétrica pode acontecer no pré-natal e durante o parto por meio de ofensas, ameaças, recusa de atendimento ou realização de intervenções e procedimentos médicos não necessários.

Violência obstétrica

A mulher que sofre violência obstétrica carrega consigo traumas que, dependendo da situação, podem ser comparados com os das vítimas de estupro, passando a rejeitar o próprio corpo, temer relações sexuais ou medo de uma nova gestação.

Esse assunto é muito delicado, mas vamos conversar sobre ele para desmistificar e contribuir para evitar que casos absurdos continuem acontecendo.

– É ou não é?

A violência obstétrica pode ser física, psicológica ou sexual. Além disso, existem ainda processos como negligência, discriminação ou até condutas excessivas ou desnecessárias.

Essas agressões podem acontecer durante a gestação, no parto e pós-parto.

De acordo com a Defensoria Pública de São Paulo, “violência obstétrica é a apropriação do corpo e processos reprodutivos das mulheres por profissionais de saúde, por meio de tratamento desumanizado, abuso de medicalização e patologização dos processos naturais, causando perda da autonomia e capacidade de decidir livremente sobre seus corpos, impactando na sexualidade e negativamente na qualidade de vida das mulheres”.

Alguns exemplos:

  • Negar ou dificultar atendimento à grávida, além de omitir informações.
  • Dieta restritiva ou lavagem intestinal;
  • Ameaças, gritos, ridicularização, piadas;
  • Impedir a mulher de tomar decisões sobre como o parto ocorrerá, por exemplo, submeter a uma cesárea ou a uma episiotomia (corte na região do períneo), por interesse ou conveniência do profissional de saúde;
  • Proibir a entrada de acompanhante.

– Como evitar

Quando a mulher engravida é comum buscar informações variadas sobre o tema, e essa é uma condição muito válida: se munir de conteúdo sobre o assunto.

Conheça a equipe médica que vai te acompanhar, entenda sobre quais são os seus direitos e participe de fóruns e encontros de grávidas que discutam sobre o assunto.

Resumindo, leia, converse com outras mães, troque informação e esteja tranquila quanto ao local de acompanhamento e do parto.

Leia aqui sobre depressão pós-parto

– Denuncie

Caso a mulher sofra violência obstétrica ela deve realizar uma denúncia. Existem alguns canais que se pode fazer isso:

  • Ministério Público;
  • Delegacia da Mulher (180);
  • Conselho de classe da cidade;
  • No próprio estabelecimento;
  • Ou até no Disque Saúde (136).

O importante é não deixar essa situação passar impune.

A gestação, o parto e puerpério são momentos delicados na vida da mulher. São alterações hormonais, mudança na rotina, entre tantas outras questões importantes. O acompanhamento médico tem o papel de cuidar da saúde da mãe e do bebê e tranquilizar o processo. Portanto, casos de violência obstétrica causam consequências terríveis na vida da mulher.

Lembre-se que você não está sozinha e que pode denunciar. Entenda os seus direitos, esteja ciente de como é o parto e o que pode ou não pode acontecer. Portanto, o diálogo e a informação são essenciais para concluir essa fase sem danos psicológicos e físicos.

Author: CardosoToys

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